No vazio da noite fria,
Onde o silêncio grita em ecos surdos,
A solidão sussurra em meu ouvido,
Um lamento que rasga a alma.
As paredes se fecham, sufocantes,
Em um abraço gélido, intransigente,
Onde os dias se arrastam sem cor,
E as horas são feridas que não cicatrizam.
Cada segundo é uma lâmina afiada,
Que corta fundo, sem piedade,
Arrancando pedaços do que um dia fui,
Deixando apenas sombras de saudade.
O desespero é um companheiro cruel,
Que se alimenta da ausência, do vazio,
Infiltrando-se em cada fresta do meu ser,
Envenenando os sonhos que já não tenho.
E o coração, outrora cheio de vida,
Agora é um deserto árido e sombrio,
Onde a esperança se perdeu na escuridão,
E a dor é a única verdade que conheço.
Assim, sigo caminhando por este abismo,
Onde a solidão é minha única companhia,
E o desespero, meu fiel carcereiro,
Mantém-me preso, sem fim, sem alívio.
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