Torcermos pelo momento em que a igualdade realmente chegue e não sejam mais necessários dias ou meses para lembrarmos que somos todos iguais. Infelizmente a história nos conduziu por um caminho que nos trouxe a um 2019 onde ainda se discute se houve ou não injustiça com negros até aqui. Amigos, brancos europeus os arrancaram de suas terras e famílias, para serem explorados, humilhados e desumanizados. Depois de muito tempo se vangloriaram, o que fazem até hoje, por os terem “libertado”. Que liberdade é essa?! Sem nada, em terra estrangeira, longe de seu povo e de suas raízes. Ainda hoje entram em suas casas, os acusam, invadem seus corpos, matam seus filhos. Como se ser preto fosse um crime. Quem são os criminosos, meus amigos?! Devemos muito ao povo negro. Devemos muito ao povo negro. A força que temos para recomeçar, uma, duas, três, quantas vezes forem necessárias. Não tem cota que pague. Não tem Dia da Consciência Negra que pague.
Ficamos muito desnorteados por não termos negros em nossa equipe e por termos poucos negros frequentando nosso “centro cultural”. Estamos até hoje atormentados pela fala de Watena, que participou de nosso Novembro Negro em 2018, de que negros são muito procurados no mês de novembro. Não queremos procurar negros no mês de novembro. Isso nos incomoda muito, mas acreditamos que precisamos começar por algum lugar. Temos que fazer alguma coisa. Não queremos ficar no discurso, queremos construir. Nosso Novembro Negro, embora nos cause um grande barulho interno, nos aproxima de negros e negras maravilhosos. Que iluminam nosso caminho e mostram que já estão lá na frente, entendendo quem são, a força que têm. Ouvimos e ficamos quietinhos, porque queremos aprender sobre respeito e igualdade. Queremos compartilhar com quem vem a nossa Casa, respeito e igualdade.
O Novembro Negro da Casa Eliseu Voronkoff é uma parceria com o Coletivo Nóis por Nóis.
Respeito e igualdade, meus amigos, respeito e igualdade.
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