Michele Cas

16 de abr de 20202 min

Mais dica de filme do acervo do Cineclube Gengibirra!

Hoje vamos falar de No, um filme chileno de 2012 dirigido por Pablo Larraín. No aborda a ditadura chilena e é o último filme de Larraín de uma trilogia sobre o assunto. Diferente dos filmes que o antecedem nessa trilogia (Post Morten e Tony Manero), que focam no golpe e nos momentos de maior repressão, a narrativa de No gira em torno dos momentos finais desse período, ocasionado pelo plebiscito convocado pelo próprio Augusto Pinochet, devido a pressões de outros países. As pessoas deveriam votar pelo sim, que significaria a permanência de Pinochet, ou pelo não, que o tiraria do poder.
 

Gael García Bernal em No

O protagonista é o publicitário René Saavedra interpretado por Gael García Bernal, que mesmo com uma vida aparentemente confortável, aceita fazer a campanha do “não”. A trama se desenvolve a partir daí e descrevendo dessa maneira parece que o filme vai ser um tanto monótono, mas não. O roteiro nos prende e mesmo já sabendo, ou desconfiando do resultado final, a gente fica na expectativa de qual será a próxima jogada, tanto do lado do não, como do lado do sim. Embora o filme tenha uma pegada bem humorada em vários momentos, devido às sacadas do publicitário, não podemos esquecer do contexto que ele aborda: uma ditadura. E como todo governo totalitário, a ditadura de Pinochet tem episódios revoltantes que são retratados no longa.
 

 
Outro ponto muito interessante é a maneira como o longa foi filmado. Larraín utilizou uma câmera antiga, dessas que gravam em videocassete pra se aproximar da visualidade das imagens da época. Foi uma ótima solução, pois o diretor utiliza imagens documentais no filme e, como a estética do filme e das imagens da época ficaram muito semelhantes, não se tem uma ruptura. A gente só percebe mesmo que são imagens documentais porque os personagens ficam diferentes.
 

Cena de No

No é uma ótima pedida pra não só conhecer um pouco sobre um episódio tão importante da história chilena, mas também pra conhecer o cinema do país. No, inclusive, foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. É ótimo também pra gente pensar qual o papel da publicidade em influenciar as pessoas, pro mal (vide a propaganda nazista), ou nesse caso, pro bem. Porque, convenhamos: auxiliar na derrubada de um governo totalitário é um grande feito ;)
 

 
Então já sabem: No faz parte do acervo do Cineclube Gengibirra e assim que as coisas se normalizarem, é só ir até a Casa Eliseu Voronkoff, fazer seu cadastro e emprestá-lo! Por ora, você pode pesquisar pelo filme em alguma plataforma de streaming. Se cuidem e fiquem em casa!

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