É com o maior prazer e amor do mundo, que na página da casa mais artística e cultural da cidade, estreio o meu primeiro texto pra falar de sexualidade !!!
A sexualidade humana deve ser entendida de maneira global e com diversas formas de abordagem. Quando trago a culpa do feminino, estruturo aqui uma proposta de entendimento do rescaldo histórico, da construção romântica ocidental do “ser” mulher CIS, com os estigmas e mitos que carregamos. O CIS é um termo que está dentro dos estudos de gênero e, segundo o manual de comunicação LGBTI+ , compreende as pessoas que se identificam, em todos os aspectos, com o gênero atribuído ao nascer. Fazemos uso deste termo no presente texto porque existem diferenças de abordagem ao se falar da sexualidade feminina dentro dos estudos TRANS gêneros.
Nós mulheres CIS, ao longo dos tempos, performamos a nossa sexualidade a partir de uma espécie de “combo” ideal de conduta feminina, que vem sendo ditado desde o início da sociedade patriarcal, o que renderia um texto para cada tempo histórico, então aqui falamos a partir a construção do pensamento romântico, que vem de um olhar cristão ocidental, que divide as mulheres em puras e pecadoras. Para que a sociedade aprovasse a nossa conduta cabia a nós uma postura pura, virginal e inocente, nos tempos atuais seria o famoso “Bela, Recatada e do Lar”.
Toda essa construção trouxe impactos para a sexualidade feminina, pois naturaliza a ideia de que não devemos ser desejantes, e quando somos estamos transgredindo a norma social. Uma série de ideias que dizem o que devemos vestir, como devemos nos comportar, que atividades devemos realizar, com quem devemos nos relacionar afetiva e sexualmente e mais uma serie de regras do que devemos ou não fazer, um tipo de pensamento que dita a norma.
Esse rescaldo histórico reforça também, o conceito da CIS HETERONORMATIVIDADE, que significa, de maneira simples, dizer que o “normal” é estar de acordo com a identidade de gênero e orientação sexual que foram designadas quando você nasceu.
Essas ideias além de gerarem culpa nessas mulheres, excluem uma gama enorme de outras possibilidades de ser mulher! Por isso precisamos de mais espaços como este, para conversar e entender que, como diz um trecho da musica “Todxs Putxs” da Ekena : “...Essa culpa que tu carrega não é tua, divide o fardo comigo dessa vez...” .
Vamos DES-construir para RE-construir!
Thais Valentini, Educadora Sexual
Inscrições: https://forms.gle/zUsoYx41uAehUoJm9
Que felicidade poder ler um texto claro,consciente, consistente e esclarecedor.
As mulheres precisam/devem ter voz.
Obrigada por abrir o caminho. ♥️