Olá, olha eu aqui, passando para deixar mais uma dica de leitura.
No livro “Primavera num espelho partido”, o autor, Mário Benedetti narra a história de Santiago, um preso político, durante a ditadura uruguaia (que foi imposta ao país durante o período de 1973 a 1985) e de sua família. A narrativa é uma colcha de retalhos onde várias vozes se intercalam, inclusive as próprias lembranças da história do autor. Com mais de cinco anos entre muros, Santiago vive de sonhos, imaginação e projetos e se mantém são, graças ao amor que sente pela família e a esperança de reencontrá-la. Por outro lado a família, filha, esposa e pai, tentam amenizar a dor e a saudade realizando as atividades diárias e enfrentando as mazelas que a vida apresenta. Entre grades nada ocorre, porém, no cotidiano muitas coisas acontecem e situações mudam, sentimentos se transformam e a surpresa do encontro pode se tornar um grande enigma... bom ou ruim, só o tempo dirá. Apesar dos tempos árduos da ditadura e do viés político, Benedetti traz em sua obra momentos de emoção, de reflexão e de sentimentos como amizade, amor e respeito.
“Quando se tem que ficar irremediavelmente parado, é impressionante a mobilidade mental que se pode adquirir. Pode-se ampliar o presente tanto quanto se quiser, ou lançar-se vertiginosamente para o futuro, ou dar marcha a ré, que é mais perigoso porque lá estão as lembranças, todas as lembranças, as boas, as regulares e as execráveis.” (p.81)
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