O cinema oriental reflete de forma bastante vívida a cultura daquele lado do mundo, para nós tão distante. O cinema chinês é vigoroso, em grande parte controlado pelo estado. O indiano tem Bollywood e é o país que mais produz filmes no mundo. O cinema do Japão é bastante sensível e, em geral, muito bonito.
De todos, Akira Kurosawa é, provavelmente, o diretor que mais influenciou o cinema ocidental. Idolatrado por cineastas como George Lucas e Francis Ford Coppola, Kurosawa tem uma produção muito sólida ao longo de mais de 4 décadas.
Kurosawa recriou, usou e abusou do período feudal do Japão, a era dos samurais. Muitos de seus filmes têm como personagens essas figuras quase mitológicas envoltas em mistério, os samurais. O diretor japonês criou sequências de ação revolucionárias para sua época, amplamente copiadas e adaptadas por cineastas do Ocidente.
Outra característica muito própria de Kurosawa era as adaptações que fazia de obras de Shakespeare, Dostoiévski e outros autores, transportando essas histórias para cenários do Japão feudal. Shakespeare o deu Ran, baseado em Rei Lear, e Trono Manchado de Sangue é inspirado em MacBeth. De Dostoiévski veio a inspiração para O Idiota, de seu livro homônimo.
Não há dúvidas de que Kurosawa é um dos grandes diretores da história do cinema, mesmo não sendo muito fácil encontrar seus filmes por aí. Se você não teve ainda a oportunidade de assistir algo dele, aproveite o acervo do Cineclube Gengibirra para isso. Assim que a Casa Eliseu Voronkoff reabrir, quando a pandemia do novo coronavírus der uma folga para nós, dê um pulinho lá na Casa. São nada menos do que sete filmes de Kurosawa em nossas prateleiras!
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