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Por que compartilhar leituras?

Atualizado: 4 de ago. de 2019

Todos nós precisamos de uma válvula de escape para nossa mente. Podemos fazer isso de diversas formas, seja dormindo, assistindo filmes e séries, pintando, dançando, indo ao cinema, teatro, ou lendo um bom livro... e vamos falar sobre isso mesmo. O prazer da leitura.

Quando lemos um livro e nos identificamos com o personagem, ou com a situação narrada, entramos na história e passamos a viver, temporariamente em um mundo paralelo, conhecemos pessoas e lugares distantes, ou não, do nosso cotidiano. Enfim, a leitura nos transporta. Mas e o que vem depois? O que sentimos quando terminamos um livro que realmente nos pegou?

A primeira sensação é a de reflexão, o tema da história e o impacto que nos causou... fazemos essa reflexão de forma individual, silenciosa, assim como nossa leitura. Mas ao mesmo tempo pensamos, puxa, como seria bom se meu amigo (aquele que passa por situações semelhantes) também pudesse ler essa história. Aí vem a indicação. Mas muitas vezes não conseguimos explicar em palavras aquilo que mexeu com nossos sentimentos. É necessário que o outro também leia. Assim a história é compartilhada. Quando nos encontramos com outras pessoas para discutir uma obra, seja um livro, um conto ou mesmo uma crônica, fazemos uma releitura da mesma e desenvolvemos o hábito da fala e da escuta, tão raro hoje em dia.

Os encontros compartilhados em torno de uma obra literária nos abre um leque de possibilidades de reflexão, respeito, empatia, discussão, afetos, convivência, amizades, reconhecimento, enfim... pode ser um momento mágico, de fuga da realidade (que ultimamente anda dura demais) para um contexto diferenciado, incomum do nosso estressante dia-a-dia.

Se você não conhece ainda como funciona um grupo de leitura, está super convidado a participar dos projetos desenvolvidos pela Casa Eliseu Voronkoff, com parceria com a página Capitu lê. O “Tricontando”, que ocorre sempre no primeiro sábado do mês (esse mês excepcionalmente no segundo sábado) e o “Café com Prosa”, na segunda segunda-feira do mês.

(Você pode saber mais sobre eles aqui no site mesmo).

Esses dois projetos buscam manter uma conversa sobre determinado texto, mas abordando os sentimentos, o valor estético da obra. Não nos cabe fazer uma análise literária, preencher fichas de leitura, responder questionários ou fazer resumos, como os que fazíamos na escola, mas sim, deixar as palavras fruírem, expressando impressões que a história nos causou. E nada é obrigatório! Todos têm direito à fala ou ao silêncio, tudo depende do momento, da conversa e é claro, do café e do chá, que sempre acompanham esses momentos maravilhosos de troca e crescimento pessoal.


E para endossar a minha ideia de literatura, uso aqui a citação de COMPAGNON, no livro Literatura para que?, p.50 “A literatura nos liberta de nossas maneiras convencionais de pensar a vida - nossa e a dos outros - ela arruína a consciência limpa e a má-fé [...] Ela resiste à tolice não violentamente, mas de modo sutil e obstinado. Seu poder emancipador continua intacto, o que nos conduzirá por vezes a querer derrubar os ídolos e a mudar o mundo, mas quase sempre nos tornará simplesmente mais sensíveis e mais sábios, em uma palavra, melhores.”


Gostou da ideia? Chegue, se permita uma experiência diferente, quem sabe “o bichinho” da leitura compulsiva não pica você também?


Jacqueline Carteri - ago.2019





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