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Calor eterno


O Sol sangra fogo sobre a terra

e o asfalto arde como lâminas

nas solas dos pés rachados.

Eu, que sempre odiei o calor,

sou punido com o inferno que nunca pedi.


O ar já não traz consolo —

é pesado, um véu sufocante

que arranha a garganta

como areia queimada no vento.

Minhas mãos escaldam,

meus ossos derretem

sob o peso desse calor insuportável.


Vejo corpos caindo,

rostos derretendo em desespero,

olhos vazios de esperança

que buscam sombras que já não existem.

O horizonte treme, distorcido,

como se a própria terra quisesse fugir

do abraço cruel do Sol.


E eu…

eu não morro rápido o suficiente.

A cada segundo, a agonia se arrasta,

um eterno sufocar em brasa,

sem alívio, sem fim.

Meu corpo implora por frio,

mas o frio morreu com as últimas geleiras,

despedaçadas e perdidas

nas lembranças de um mundo que não volta.


Agora, apenas resta o silêncio seco

dos que já não gritam,

e o calor que consome tudo,

mas não me liberta.

Aqui, no fim,

sou apenas uma sombra,

ardendo, sem ar,

sem tempo para esquecer

que o calor é minha última tortura.

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